O conde de Cedofeita foi possuidor de grandes posses.Teve a honra de hospedar,por algumas horas,S.M o imperador D.Pedro II em seu palacete situado próximo à Estrada União Indústria e da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Henrique Coelho de Souza,de nacionalidade portuguesa,quase analfabeto,andava pelos povoados e de fazenda em fazenda exercendo a profissão de Mascate.Pousava quase sempre na Fazenda do Belmonte,e,ali,no decorrer do tempo,conseguiu obter emprego.Com a morte do proprietário José Damaso da Costa,o esperto lusitano conquistou a confiança da viúva e única herdeira,D.Maria da Silva Resende,com a qual se casou.De posse de grande fortuna,não lhe foi difícil adquirir o título de Conde de Cedofeita e,assim,durante anos viveu de luxo e de conforto condizentes com seu título nobiliárquico.
Nos tempos de riqueza,o Conde de Cedofeita mandou construir a sua custa a estação de Cedofeita,da Estrada de Ferro Central do Brasil.
Dava grandes festas na fazenda do Belmonte.E seguindo o exemplo de muitos senhores de escravos da época,organizou em sua fazenda uma banda de música.
Trajano de Araújo Viana,era músico e ensinava sua arte,recebeu do Conde de Cedofeita o encargo de organizar uma banda e um corpo coral entre os escravos da fazenda Belmonte,o que conseguiu,sabe Deus a quanta palmatoada.Ensinou ainda a cantar em latim missas e ladainhas.
Foi assim que,o Conde de Cedofeita,por ocasião da visita feita por D.Pedro II à sua fazenda do Belmonte,pode receber sua majestade com música e soleníssima missa cantada.
Imprevidente e com mania de grandeza,no fim de algum tempo seus bens foram hipotecados no Banco do Brasil.
O Conde de Cedofeita,viúvo,sem filhos,arruinado e decrépto,terminou,melancolicamente,seus dias num leito do hospital da Beneficência Portuguesa,no Rio de Janeiro.
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| Estação de Cedofeita em 2010.Por Dalila Paschoalim |
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| Estação de Cedofeita em 1915.Fonte:Internet Central do Brasil A partir de 1889 com a Proclamação da República,a Estrada de ferro Dom Pedro II passou a denominar-se Estrada de ferro Central do Brasil.Se configurava como uma verdadeira espinha dorsal de toda a rede ferroviária brasileira. Em minas Gerais os trilhos recortariam os fundos de vale serpenteando os cursos d'água,com pontilhões vencendo rincões e rávinas e tuneis atravessando encostas de morros.Nos "mares de morros" das Minas Gerais,se instalavam pontos de parada e estações que originavam novos distritos e localidades,até mesmo configurando novas cidades.
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